A menina dos ossos de Cristal - Review


Eu sabia que este livro A Menina dos ossos de cristal  iria ser uma leitura "dura e real",depois de ter sido Mãe fiquei muito mais exposta a estas dores.
Sentei-me na cama a ler o livro, em duas horas o devorei, senti e vivi toda aquela vida da Inês...quanto mais lia, mais queria chegar ao fim para saber se ele acabaria "em bem!"

Como Mãe também eu tenho receios que possa acontecer algo aos meus filhos, um receio diário...também eu me continuo abeirar para ter a certeza que os meus filhos respiram e estão bem durante a noite, fi-lo no primeiro dia das suas vidas e vou continuar a fazer...
Respirar o seu cheiro quando descansam alivia-me a alma, quando por um acaso penso " e se lhes acontecesse alguma coisa"?

A história da "Inês uma menina única, como todas as meninas do mundo. Mas, ao contrário delas, Inês nasceu num corpo muito frágil e os seus ossos partem-se em mil pedaços, como se fossem de cristal."
Contado assim até podia parecer um daqueles livros de fantasia em que a bruxa má lança um feitiço e transforma a princesa Inês condenando-a a ficar numa cama eternamente, a menos que o príncipe a pudesse salvar.
Esta história não tem príncipes, tem sapos...feios sapos...

Mas fala de um grande Amor...o Amor incondicional de uma Mãe!

A história real, de uma Mãe Coragem numa luta constante contra esta doença muito rara, Osteogénese Imperfeita (OI) - mais vulgarmente conhecida como doença dos ossos de vidro que viria atingir a sua filha Inês.
Numa época de completo desconhecimento da doença e vivendo em Santarém, a Mãe de Inês foi sem dúvida uma Mãe preocupada, empenhada, numa luta constante entre ela e o Mundo. Sentindo-se por vezes impotente e solitária na sua demanda.

Inês, a menina-borboleta sensível tanto fisicamente como interiormente, que passou a sua infância e adolescência numa "redoma de gesso"...arranjou para si formas de se transformar quando o mundo parecia desabar a seu lado.
Tinha em si uma estranha força interior que não é muito comum nas crianças da sua idade. Chamava-se Esperança!
Um pai criativo que ajudaria a filha a suportar todas as suas dores, através do personagem Mefibosete.
Outras pessoas vão aparecendo nesta história, umas boas, outras más, outras indiferentes...mas que nunca lhe vão retirar a vontade de viver, de crescer, nem tão pouco sonhar.
Entre elas a sábia Jussara, "as cadeiras de rodas são os nossos pés, as pessoas olham primeiro para ela e depois para nós....devia de ser ao contrário". 
O Sr. Salvador que a ajuda num momento crucial dando-lhe alento constante.
E Alice a amiga destemida, presente e desafiante que havia de embarcar na aventura da sua vida.

Em nenhuma altura sinto que ela seja uma pessoa amargurada, ressentida...
Inês é e será uma menina-mulher, que respira amor,  com um coração de ouro, vivendo num corpo de cristal!


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